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O sem razão dos cursos assíncronos (opinião)


Tal porquê aconteceu com outras empresas e instituições durante a pandemia do coronavírus, as universidades americanas recorreram a meios virtuais para manter as suas funções vitais. Conseqüentemente, embora as aulas síncronas e assíncronas tenham surgido pela primeira vez há mais de vinte anos, elas se transformaram em metástases quando estudantes e professores foram confinados ou receosos de retornar aos seus campi.

O ensino virtual pode não ter sido o melhor dos mundos para professores e alunos, mas durante mais de um ano – um ano que pareceu prolongar-se por uma evo – foi o nosso único mundo.

Desde logo, o mundo regressou a uma novidade normalidade, onde o ensino virtual já não é uma exceção, mas, em vez disso, é cada vez mais a regra. Durante o outono de 2022, um pouco mais da metade de todos os alunos tiveram pelo menos uma lição online, de harmonia com o Meio Pátrio de Estatísticas da Ensino. Embora isto represente uma queda em relação ao número de matrículas na pandemia, ainda assim supera os números pré-pandemia. Em 2018–19, por exemplo, tapume de um terço de alunos matriculados em pelo menos uma dessas turmas.

Essas aulas são ministradas de forma síncrona – quando alunos e instrutores se encontram virtualmente e ministram aulas em tempo real – ou de forma assíncrona, quando os alunos, que talvez nunca conheçam seus professores, assistem às palestras em seu próprio horário. Previsivelmente, as pesquisas – que geralmente são feitas por empresas especializadas em instrução on-line – revelam que a esmagadora maioria dos estudantes prefere cursos assíncronos aos ministrados de forma síncrona. Em uma pesquisa37 por cento dos entrevistados preferiram a aprendizagem assíncrona totalmente online, 21 por cento optaram pela aprendizagem online síncrona e somente 13 por cento preferiram aulas totalmente presenciais.

É perfeitamente racional que os alunos prefiram a flexibilidade das aulas assíncronas. Isto é mormente verdade em universidades porquê a minha, a Universidade de Houston, onde alguns dos meus alunos são viajantes que têm empregos a tempo parcial ou mesmo a tempo inteiro. Na luta diária de um aluno para satisfazer suas muitas obrigações, reunir-se em sala de lição com colegas e professores raramente aparece no topo de sua lista de prioridades.

Mas também é perfeitamente ético questionar as motivações de alguns outros alunos que fazem esses cursos, muito porquê dos administradores que os disponibilizam. Aposto que minha própria experiência com esse tipo de lição é muito geral e levanta questões importantes sobre a conveniência do ensino assíncrono.

Uma breve história: Duas semanas antes do início deste semestre, fui instado pelo superintendente do meu departamento a ministrar uma lição assíncrona sobre cinema mundial. Sua urgência era compreensível: mais de 90 alunos haviam se inscrito no curso, tapume de 75 alunos a mais do que os matriculados em meu curso superior de literatura francesa.

A matemática foi tão decisiva quanto simples para um departamento que lutava para manter o número de matrículas. Um colega e eu concordamos em dividir os alunos em duas seções, e escolhi o existencialismo porquê tema organizador. Eu planejei usar filmes porquê O Sétimo Selo, Ikiru, Ladrões de bicicletas, O Sacrifícioe, sim, Galeria de lâminas para exemplificar as principais preocupações dos pensadores existencialistas, que vão do desamparo e loucura ao sem razão e à angústia. (E isso é somente para As.)

No meio do semestre, acho que agora podemos aditar assincronia a esta lista de ameaças existenciais. Numa sala de lição, alunos e professores interagem uns com os outros não somente em tempo real, mas em espaço real – um momento privilegiado durante o qual estamos, muito, em sincronia um com o outro. O pingue-pongue de perguntas e respostas, a troca de interpretações, a espontaneidade das reações e, se você tiver sorte, a rapidez de um insight, tudo acontece quando um grupo se encontra em sincronia.

Em um envolvente assíncrono, entretanto, alunos e instrutores ficam fora de sincronia. Embora o termo signifique literalmente que o ensino e a aprendizagem ocorrem em momentos diferentes, na prática significa que nem o ensino nem a aprendizagem ocorrem verdadeiramente. Estudos revelar que a minha experiência não é única: os resultados de aprendizagem nas aulas assíncronas são persistentemente mais baixos do que nas aulas síncronas online ou presenciais. Alunos ter um desempenho pior em cursos on-line em universal: com base em uma pesquisa recente da Universidade da Califórnia, Irvine, o site educacional sem fins lucrativos O Relatório Hechinger concluído que os alunos que frequentavam aulas on-line se formavam mais rapidamente, mas “tendiam a obter notas mais baixas nas aulas on-line – um sinal de que estão aprendendo menos do que aprenderiam em uma lição tradicional”.

Eles podem muito muito estar aprendendo ainda menos em outros lugares além da UC Irvine. Embora as universidades altamente selectivas atraiam estudantes com maior “auto-regulação” – a autodisciplina necessária para testemunhar aos vídeos e estudar o material em tempo útil – isto é menos frequentemente verdade em universidades públicas menos selectivas, para não mencionar as faculdades comunitárias. Ou por outra, a perspectiva de lucrar três créditos para testemunhar a filmes sempre que desejarem – além de responder a um teste quinzenal de múltipla escolha e lançar um observação no fórum de discussão uma vez por semana – seria uma tentação até mesmo para os alunos mais autorregulados.

Não é de surpreender que muitos dos meus alunos pareçam usar lucidez sintético (IA) para redigir seus comentários. Mais desanimador, porém, é minha invenção de que a IA poderia ensinar esta lição tão facilmente quanto eu. Além do fórum de discussão – o repositório virtual para comentários em sua maioria indiferentes ou impenetráveis ​​– essas aulas não oferecem nenhuma possibilidade de contato ou conexão entre alunos e professores. Postar um vídeo é porquê jogar uma mensagem em uma garrafa no mar virtual da internet, imaginando se qualquer dia ela chegará a outra margem.

Isto é uma pena não só para os poucos estudantes que parecem genuinamente envolvidos com os filmes, mas também para os muitos estudantes que poder engajados, mas que não têm a corisco que o debate e a discussão em classe – ou mesmo a experiência de testemunhar ao filme juntos em uma tela grande, em vez de sozinhos em um smartphone em lar – poderiam proporcionar.

Tudo isto pesa pouco numa era em que o ensino superior já não é visto porquê uma experiência transformacional, mas sim porquê uma troca transacional. Em seu livro de 2023 O mundo real da faculdade: o que é o ensino superior e o que pode ser (Prelo do MIT), Wendy Fischman e Howard Gardner revelam estatísticas e entrevistas que atestam porquê os estudantes se veem cada vez mais porquê clientes e seus diplomas porquê meios para conseguir um serviço. De harmonia com Fischman e Gardner, 45% dos estudantes entram na universidade com uma “mentalidade transacional”, enquanto somente 16% trazem consigo uma “mentalidade transformacional”.

Esses números são chocantes. E, no entanto, em vez de combater esta mentalidade, as universidades públicas porquê a UH encorajam-na, aumentando o seu número de graduações e diminuindo o valor dos diplomas que entregam aos estudantes. Daí a expansão das suas ofertas assíncronas: as universidades estão determinadas a seguir o protótipo Amazon e a oferecer o que os seus clientes querem, quando querem. No meu próprio departamento de línguas modernas e clássicas, o número de cursos assíncronos quase dobrará, passando de cinco turmas para nove turmas, deste semestre para o próximo.

Em suma, os alunos que se preocupam com a sua formação, juntamente com os professores que se preocupam com a sua vocação, vivem um momento verdadeiramente existencial, tão sem razão quanto alienante.

Robert Zaretsky leciona na Universidade de Houston. Ele está agora concluindo um livro sobre porquê a leitura de Stendhal pode mudar sua vida.



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